terça-feira, 21 de outubro de 2014

Introdução a pesquisa




INTRODUÇÃO À PESQUISA
FATO, FENÔMENO, CAUSA E CONSEQUÊNCIA DE UMA PESQUISA
“Pesquisa”, no sentido mais amplo da palavra, é um conjunto de atividades orientadas para a busca de um determinado conhecimento. A fim de merecer o qualificativo de cientifica, a pesquisa deve ser feita de modo sistematizado, utilizando para isto método próprio e técnicas específicas e procurando um conhecimento que se refira à realidade empírica. Os resultados, assim obtidos, devem ser apresentados de forma peculiar.
Desta maneira, a pesquisa científica se distingue de outra modalidade qualquer de pesquisa pelo métodos, pelas técnicas, por estar voltada para a realidade empírica e pela forma de comunicar o conhecimento obtido.
ALGUNS CONCEITOS
CONHECIMENTO DA REALIDADE EMPÍRICA
O termo “realidade” se refere a tudo que existe, em oposição a tudo que é mera possibilidade, ilusão, imaginação e mera idealização. “Empírico” refere-se à experiência. Chama-se de “realidade empírica” tudo que existe e pode ser conhecido através da experiência. Por sua vez, “experiência” é o conhecimento que nos é transmitido pelos sentidos e pela consciência. Fala-se de “experiência externa” para indicar o que conhecemos por meio dos sentidos corpóreos, externos. A “experiência interna” indica o conhecimento de estados e processos interiores que obtemos através da nossa consciência. Denomina-se “introspecção” à ação de conhecer pela experiência interna o que se passa dentro de nós.
 A realidade empírica se revela a nós por meio de fatos. Este termo – “fato” – possui diversos significados. Utiliza-se frequentemente a expressão “isto é um fato” para se afirmar que algo é verdadeiro. Ora, na ciência um fato não é falso e nem verdadeiro: ele é simplesmente o que é. Não tem sentido por exemplo, alguém dizer que é falso ou verdadeiro que a água do mar é salgada. O que, no entanto, pode estar certo ou errado é o conhecimento ou a interpretação que alguém tem de um fato por exemplo, supondo que a água do mar era doce quando, realmente, é salgada.
O homem pode produzir fatos. O homem muitas vezes cria fatos com a única finalidade de estudá-los, como acontece com as situações experimentais de laboratório. Entretanto uma grande parte dos esforços, realizados pela ciência, destina-se ao conhecimento de fatos que já existem, produzidos pela natureza, e que o homem ainda desconhece ou, pelo menos, não sabe todo o alcance de suas implicações. “O objetivo principal de uma ciência, mais que a mera descrição de fenômenos empíricos, é estabelecer, mediante leis e teorias, os princípios gerais com que se pode explicar e prognosticar os fenômenos empíricos”.
A preocupação da ciência gira em torno de fenômenos empíricos. Para alguns o termo “fenômeno” indica apenas um sinônimo para “fato”. Entretanto, pode-se estabelecer uma distinção, dizendo-se que “fenômeno” é o fato, tal como é percebido por alguém. Os fatos acontecem na realidade, independentemente de haver ou não quem os conheça. Mas, quando existe um observador, a percepção que este tem do fato é que se chama fenômeno. Pessoas diversas podem observar no mesmo fato fenômenos diferentes. Assim, por exemplo, um jovem viciado em drogas pode ser visto por um médico como um fenômeno fisiológico, por um psicólogo como um fenômeno psicológico, por um jurista como fenômeno jurídico, etc.
Pode-se falar em “fenômenos ocultos” ou “sobrenaturais”, mas esses não interessam à ciência, pois não fazem parte da realidade empírica. Os que interessam cabem numa faixa muito ampla e são, por exemplo, os fenômenos físicos (como o frio, o calor, etc.), os fisiológicos (como a secreção glandular, a contração muscular, etc.), os psíquicos (como percepção, emoção, etc.), os sociais (como interação, migração, etc.) e qualquer outro suscetível de ser observado, quer direta ou indiretamente. 


Fonte: RUDIO, Franz Victor. Introdução ao projeto de pesquisa científica. 29 ed., Petrópolis, Vozes,2001

METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA E TÉCNICAS DE INFORMÁTICA.



VIDA E ORIGEM DO RIO SÃO MIGUEL

        Após o descobrimento do Brasil, o El rei Dom Manoel, o venturoso, organizou a primeira expedição, uma frota de três caravelas, uma dela era comandada por André Gonçalves Coelho e pilotada por Florentino Américo Vespúcio. A esquadra saiu de Lisboa em 10 de maio de 1501. A finalidade “dessa expedição” era fazer uma exploração econômica no litoral brasileiro.
Os exploradores na passagem para Barra de São Miguel, em 29 de setembro de 1501 avistaram a foz de um rio nas proximidades de um lugar denominado de Roteiro, como era de costume batizar os pontos descobertos, de acordo com o santo de cada dia e a festividade religiosa assinalada no calendário da época. O dia 29 de setembro como era consagrado pela igreja católica ao Arcanjo São Miguel, Gonçalves Coelho lhe pôs o nome de rio São Miguel.  Que também era chamado de Sinimby, segundo o mapa de Barleus “edição holandesa” diz que tanto o rio como o engenho traz o nome de Sinimby.
O rio São Miguel talvez tenha sido o primeiro rio oficial descoberto pelos exploradores portugueses no Brasil. O rio São Francisco foi descoberto cinco dias depois, conforme os dados do calendário escrito na época vejam:
  • 16 de agosto de 1501: Cabo de São Roque;
  • 28 de agosto de 1501: Cabo de Santo Agostinho;
  • 29 de setembro de 1501: Rio São Miguel;
  • 04 de outubro de 1501: Rio São Francisco;
  • 01 de novembro de 1501: Baía de Todos os Santos;
  • 21 de dezembro de 1501: Cabo de São Tomé;
  • 01 de janeiro de 1502: Rio de Janeiro;
  • 06 de janeiro de 1502: Angra dos Reis;
  • 20 de janeiro de 1502: São Sebastião;
  • 22 de janeiro de 1502: Porto de São Vicente.
Suas margens eram cobertas de pau-brasil, a árvore que deu nome ao nosso País, as terras próximas ao rio eram bastante produtivas, continha um riquíssimo acervo cultural, onde seus verdes campos se estendiam por toda parte do seu leito ribeirinho. E as suas margens eram habitadas pelos índios caetés, nossos primeiros habitantes, conhecidos como sanambis (calango verde).
O Rio São Miguel é a principal Bacia Hidrográfica do Município situada sobre a Bacia Sedimentar de Alagoas, sua foz tem uma aparência de uma boca, um lugar formidável, onde o rio se encontra com a lagoa e defronte a lagoa passa o Oceano Atlântico formando assim, um lindo triângulo amoroso. A boca da barra como é conhecida esta quase obstruída por um cordão de recifes que aí se alonga justamente com depósitos arenosos de croas.
O rio São Miguel, nasce no festonamento do patamar de uma fazenda, no modesto município de Tanque D’arca, por detrás de um lindo formato de pedras, nas encostas de uma pequenina serra denominada de “frades do mar vermelho”.
O seu panorama é muito bonito com belas pastagens verdes ao seu redor, onde fluem os rios: cachoeira, mata verde e boca da mata (nome da propriedade de Boca da Mata de J. Carneiro), os quais se unem nas proximidades de Maribondo e formam o rio principal. No decorrer do seu percurso, vão aparecendo os seus pequenos afluentes que penetram por suas valas existentes.
Não muito distante dali, ele banha a fazenda Mata Verde, por onde passa por dentro de um lindo capinzal, com destino ao povoado de Tapera no município de Anadia, lá as gramas e relvas cobrem os pequenos canais, por onde a água é distribuída em diversas direções, suprindo a população que ali habita. Ele também passa na proximidade do município de Boca da Mata e chega a São Miguel dos Campos, aí começa a sofrer as influências da maré. Mas adiante ele encontra a cachoeira dos Góis. Um lugar no qual os pescadores apreciam as águas claras e cristalinas, onde os peixes são vistos a olho nu. Logo após ele avista a igreja Santo Antônio do Furado, fundada em 1725, havia abaixo do seu altar-mor um túnel subterrâneo que ia de encontro ao rio. Na história está escrito que os holandeses se apossaram da dita igreja, e construíram o tal túnel, para se esconder das tropas portuguesas. Na virada que o rio dá na proximidade da Usina Roçadinho, ele guarda um lindo tesouro completo de diamante, bem no fundo de um redemoinho, este fato virou uma lenda popular e ficou conhecida na história do município como a “Lenda da Volta da Tacha”.
Antigamente o rio São Miguel era muito navegável, onde várias barcaças transportavam açúcar para Santa Madalena do Sul, aonde de lá o açúcar ia de navios para Europa. E muitos miguelenses viajavam de barco e canoa com destino a Barra de São Miguel, Roteiro, Jequiá da Praia e vice-versa.
Nas terras próximos ao rio são explorados os calcários para a fabricação de cimento. Têm-se ainda, como recursos minerais a argila e areia, além de uma das maiores reservas de Gás e Petróleo do Estado.
Hoje uma das consequências do rio São Miguel é a poluição, decorrente, principalmente dos esgotos domésticos e dos resíduos industriais, sem que se tomem medidas adequadas de proteção ambiental. Essa poluição é agravada pelo fato de atravessar a área agrícola, que é grande o uso de agrotóxicos, cujos restos são despejados em suas águas.
O acúmulo de dejetos provoca a proliferação de bactérias e um grande aumento no consumo de oxigênio. Isso ocasiona a deterioração e eliminação da fauna e da flora. Ao mesmo tempo estão construídos algumas estações de tratamento do esgoto doméstico, em vários pontos da cidade. Com essas medidas, as águas deverão ficar bem mais claras do que hoje, o mau cheiro desaparecerá e o rio começará a ser usado para o lazer, como também para o consumo da população. Um intenso trabalho foi realizado pela prefeitura do município, foram identificadas as indústrias poluidoras que passaram a ser controladas e fiscalizadas. Os peixes e os crustáceos voltarão com certeza ás águas do rio, assim como barcos e canoas. O rio já começou a ganhar uma nova estrutura, principalmente na sua margem direita, nela foi construindo um lindo cenário turístico para beneficiar não só à cidade, como também os turistas e a população que aqui habitam.
Por fim ele desagua na Lagoa Roteiro, onde suas águas desencantam totalmente por inteiro.

Texto do livro Fatos Históricos de Minha Terra, sobre a história de São Miguel dos Campos - AL


Fonte: http://www.escritoresalagoanos.com.br/texto/2491